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CENSURA

A censura, como muitos possam pensar, não começou com Salazar (O salazarismo foi um regime ditatorial que existiu em Portugal entre 1933); se olharmos com olhos de ver para a História do nosso país, a censura teve início com a Inquisição (sobre a qual vos explicarei mais adiante no texto).

Cardeal D. Henrique, no Paço Episcopal de Castelo Branco, foi o grande impulsionador da censura inquisitorial em Portugal.

Papa Gregório XI, que instituiu a Censura do Ordinário (da responsabilidade dos bispos) em Portugal, a pedido de D. Fernando.

Dom Sebastião legislou um conjunto de sanções bastante severas para quem ousasse infringir as leis da censura.

O promotor do primeiro Índex (O Index Librorum Prohibitorum, em tradução livre o Índice dos Livros Proibidos) romano, inspirado, em parte, no que se fazia em matéria de censura, em Portugal, foi Paulo V, papa conhecido pela sua severidade.

O Marquês de Pombal unificou o processo de censura das publicações de livros sob a autoridade do Estado ao constituir um único tribunal. E desta feita, quando se pensava que se poderia minimizar ou até dissipar a censura inquisitorial, foi exatamente o oposto, acentuou-se ainda mais a censura; o impensável aconteceu, a censura eclesiástica e a censura civil uniram-se, e quiçá até se misturaram, e ainda se confundiram uma com a outra, a dada altura. Instalou-se a confusão na mente dos portugueses, que tiveram de permanecer no ‘silêncio’, ou seja, silenciaram suas mentes livres, sentiram os seus pensamentos a acumularem-se, e sem uma porta de saída, com as suas bocas fechadas. O sistema censório existiu em Portugal, pelo menos até ao dia da Liberdade finalmente acontecer em 1974.

Saiba ainda que a Moda feminina no Estado Novo (Portugal teve um período de sua história chamado de Estado Novo. Trata-se do regime que vigorou no país entre 1933 e 1974), e a [1]relação da Moda e da Política nos anos sessenta em Portugal, entendamos que o nosso país estava isolado e o que se passava no resto do mundo mal chegava cá. Um país a preto e branco, no estado de espírito e até na roupa.


[1]    Artigo escrito em regime pré-acordo ortográfico

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